segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Dica de filme: “Amistad”


Olá meus amores, tudo bem? Trago para vocês mais uma dica de filme.

Desta vez, a resenha é sobre o filme “AMISTAD”, que é baseado em fatos reais e remonta uma história do ano de 1839, quando a bordo do navio negreiro espanhol “La Amistad”, um grupo de escravos africanos consegue se libertar dos grilhões, mata alguns tripulantes espanhóis escravizadores (deixando 2 vivos, para que pudessem conduzir o navio), e ordena que esses dois tripulantes os conduza de volta para seu país de origem, a África.

Enganados, esses escravos foram desembarcados na costa leste dos Estados Unidos, onde foram presos. Forma-se então um imbróglio político, jurídico, econômico e diplomático no processo de julgamento desses escravos, num período da história em que as divergências internas do país entre o norte abolicionista e o sul escravista, caracterizavam o prenúncio da Guerra de Secessão.

Amistad é um filme forte e emocionante, que discute toda a barbárie da escravidão. Além disso, traz à tona questões jurídicas diante de toda a problemática da época e questões de direitos humanos.

Através do drama do personagem principal, Cinque, interpretado pelo ator Djimon Hounsou, nos tornamos próximos do drama daqueles que foram coisificados de uma maneira desumana.

As cenas no navio negreiro são estarrecedoras. A maneira como os escravos eram tratados, como bichos, como coisas. É algo muito cruel. E conseguimos sentir essa crueldade em muitos momentos no filme.


Enfim... esse é outro filme para se emocionar e refletir, já que o caso do navio Amistad aconteceu de fato e foi um entre milhares de outros episódios relacionados à escravidão. O recorte que o filme traz nos faz pensar sobre muitas feridas históricas que ainda hoje não foram cicatrizadas.

INDICAÇÕES A PRÊMIOS (em 1998):

– 4 indicações ao Oscar nas seguintes categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins), Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.

– 4 indicações ao Globo de Ouro nas seguintes categorias: Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator – Drama (Djimou Hounson) e Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins).

– Indicação ao Grammy na categoria de Melhor Composição Instrumental Composta Para um Filme.

Abaixo reproduzo o contexto histórico, muito bem explicado, que foi publicado no site RECANTO DAS LETRAS (www.recantodasletras.com.br):


CONTEXTO HISTÓRICO

O filme mostra o processo de julgamento de negros nos Estados Unidos, 22 anos antes do início da Guerra Civil, num contexto marcado pelo expansionismo em direção ao Oeste e pelo acirramento das divergências do norte protecionista, industrial e abolicionista, com o sul livre-cambista, agroexportador e escravista.

Na passagem do século XVIII para o XIX, os Estados Unidos recém-independentes formavam uma pequena nação, que se estendia entre a costa do Atlântico e o Mississipi. Após a independência, o expansionismo para o Oeste foi justificado pelo princípio do “Destino Manifesto”, que defendia serem os colonos norte-americanos predestinados por Deus a conquistar os territórios situados entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A crescente densidade demográfica, a construção de uma vasta rede ferroviária iniciada em 1829, e a descoberta de ouro na Califórnia em 1848, também representaram um estímulo para conquista do Oeste.

A ação diplomática dos Estados Unidos foi marcada por um grande êxito nas primeiras décadas do século XIX, quando por meio de negociações bem sucedidas os Estados Unidos adquirem os territórios da Lousiana (França), Flórida (Espanha), além do Oregon (Inglaterra) e até o Alasca da Rússia, após a Guerra de Secessão.

Em 1845, colonos norte-americanos proclamaram a independência do Texas em relação ao México, iniciando-se a Guerra do México (1845-48), na qual a ex-colônia espanhola perdia definitivamente o Texas, além dos territórios do Novo México, Califórnia, Utah, Arizona, Nevada e parte do Colorado. Destaca-se ainda a incorporação de terras indígenas, por meio de um verdadeiro genocídio físico e cultural dos nativos.

O intenso crescimento do país, acompanhado de uma grande corrente de imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras, torna ainda mais flagrante, o antagonismo entre o norte e o sul. No norte, o capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado encontravam-se no trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e a facilidade dos transportes contribuíram muito para o progresso da região, que defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente permaneceu estagnado com uma economia agroexportadora de algodão e tabaco baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era ferrenho defensor do livre-cambismo, mais um contraponto com o norte protecionista.

Essas divergências tornam-se praticamente irreconciliáveis com a eleição do abolicionista moderado Abraham Lincoln em 1860, resultando no separatismo sulista, iniciando-se assim em 1861 a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão, também conhecida como “Guerra Civil dos Estados Unidos”, que se estendeu até 1865 deixando um saldo de 600 mil mortos.




FICHA TÉCNICA DO FILME:

TÍTULO: Amistad (EUA, 1997)
TEMPO: 154 MINUTOS
DIREÇÃO: STEVEN SPIELBERG
ELENCO: Morgan Freeman, Anthony Hopkins, Matthew McConaughey, Nigel Hawthorne, Djmon Housou, David Paymer, Anna Paquin

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